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Público, 12/7/2011 |
Carlos Moedas é nomeado responsável pela estrutura de coordenação de aplicação do Memorando de Entendimento com a troica. E o despacho oficial que a cria prevê um total de 30 pessoas a funcionar sob a sua alçada.
Entretanto, Portugal continua a ter cerca de dois milhões de pobres, valor que já se verificava há duas décadas atrás. Ou seja, pobres que não conseguem deixar a sua condição e que apenas sobrevivem por apoios sociais.
O problema não é que os pobres não queiram deixar de ser pobres ou que os apoios sociais os deixam numa condição de subsidio-dependência; o problema é, sim, algo no funcionamento desta sociedade que os impede de sair dessa sua condição e que se reproduz de pais para filhos; e, caso não fossem os apoios sociais, possivelmente seriam muitos mais e os que pobres que existem viveriam em muito piores condições.
A solução não é, pois, acabar com os apoios sociais, mas alterar as causas que os mantêm pobres ao longo de gerações.
Uma das "fábricas" de pobres é a recessão económica e, com ela, o desemprego. Portugal, que recebera luz verde da Comissão Europeia para a combater com fundos públicos, viu-se impedido desde Março de 2010 - pela mesma Comissão Europeia - de aplicar essas medidas e de impor - ao arrepio da própria teoria de combate a recessões - uma política de austeridade pública. Mais tarde ver-se-á para quê.
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Público, 12/7/2011 |