10/7/2011 - 21º Dia de Governo Passos Coelho/Paulo Portas
Ao arrepio da campanha eleitorsal - já realizada após a assinatura do Memorando de Entendimento com a troika - quando Pedro Passos Coelho prometeu que não iria cortar nem vencimentos nem pensões, que não haveria despedimentos ou que as medidas a adoptar não penalizariam os "mesmos de sempre"; ao arrepio de tudo isso, o Governo avançou de imediato com o corte do subsídio de Natal.
Essa medida - e o ambiente de "crise" pronunciador de uma avalanche de muitas outras que ainda não se conheciam - começou a gerar uma retracção no consumo privado.
Tornava-se claro que a recessão - como momento de excepção - era um terreno desejado para alterações de fundo no campo laboral, da Segurança Social e da reforma do Estado
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Público, 11/7/2011 |
A par dessas medidas - supostamente para equilibrar as contas públicas - foram sendo lançadas outras iniciativas no campo laboral, pronunciadoras de mexidas mais profundas na legislação laboral. Tudo sempre com a ideia de fundo de que as empresass tinham de ganhar competitividade no mercado global, uma mensagem e um programa que já vinha sendo passado desde a década 80 do século XX, com os governos Cavaco Silva.
As organizações sindicais passavam a estar na 1ª linha de embate político. A UGT que já assinara um acordo com o Governo José Sócrates, abrindo a possibilidade a diversas alterações à lei, viria a assinar outro com o Governo Passos Coelho, em Agosto de 2012, baseando-se nesse acordo e aprofundando-o. Mas falaremos disso mais adiante.
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Público, 11/7/2011 |