O chefe da extrema-direita, no seu discurso desta tarde no Parlamento, acusou o PS e o PSD de dividirem "tachos" entre eles, ao eleger José Pedro Aguiar-Branco como presidente da Assembleia da República. Mas o deputado Pedro Frazão (do mesmo partido de extrema-direita) recusa a ideia de que Diogo Pacheco de Amorim (do mesmo partido) esteja a ocupar um "tacho" ao ter sido eleito, no mesmo dia, vice-presidente da mesma Assembleia da República.
- Não há aí dois pesos e duas medidas? - pergunta a pivot da Sic Notícias.
- Não, porque Diogo Pacheco de Amorim foi eleito pelos deputados.
- Mas Aguiar- Branco também foi... - acrescenta a pivot.
- Não, porque houve um acordo entre PS e PSD para o eleger... e o Pacheco de Amorim foi eleito pela vontade dos deputados.
Ora, devia haver um pacto de regime para impedir que o debate político baixe ao nível da creche. Isto sem desprimor para os ganapos da creche.
Nota explicativa:
Perante o boicote da extrema-direita ao candidato a presidente da AR proposto pelo PSD, que redundou na incapacidade de eleição a 26/3/2024, os dirigentes de PS e PSD decidiram a 27/3/2024 ultrapassar esse impasse: o candidato do PSD (José Pedro Aguiar-Branco) desempenharia as funções nos primeiros dois anos e o candidato do PS (Francisco Assis) os restantes dois anos da legislatura. Apesar do boicote, o PSD decidiu viabilizar a eleição do candidato do Chega! para a vice-presidência da AR, Diogo Pacheco de Amorim, um homem ligado ao partido spinolista (MDLP) e à rede bombista que tentou desestabilizar a revolução do 25 de Abril, mesmo para lá do 25 de Novembro de 1975, e que foi responsável por diversas mortes.