2024/04/02

"O dia antes antes do fim" - Objectivo: emprego

 

Fonte: INE, Estimativas Mensais do Emprego e Desemprego

O desafio do emprego é grande para o XXIV governo recém empossado. 

De acordo com as Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal registou um aumento de emprego de cerca de 930 mil pessoas entre fevereiro de 2013 e o fevereiro de 2024. Esse aumento ultrapassou mesmo a perda de 590 mil postos de trabalho verificada entre fevereiro de 1998 e fevereiro de 2013, a maior parte registada desde a crise financeira internacional de 2007 e após 2010 quando se defendeu o virtuosismo de medidas de austeridade como factor de aumento de competitividade nacional.

Registe-se que, no conceito estatístico de "empregado", integra-se todo aquele que trabalhou pelo menos 1 hora na semana em que realizou o inquérito.

Apesar disso ou por isso, continua a registar-se um volume considerável de pessoas que querem trabalhar e não encontram trabalho. Aqui considera-se não apenas os desempregados, mas igualmente os que estatisticamente  são considerados como inativos, mas que declararam querer trabalhar. 

Fonte: INE, Estimativas Mensais do Emprego e Desemprego

Em fevereiro passado, eram cerca de 630 mil pessoas, o que corresponde a uma taxa de desemprego em sentido lato de 11,9%. Registe-se que o universo deste grupo de pessoas chegou a atingir quase 1,5 milhões de pessoas em 2013, quando se defendeu o virtuosismo das políticas de austeridade. 

Tentando aprofundar um pouco estes valores, sublinhe-se a situação dos mais jovens (até aos 25 anos). 

Fonte: INE, Estimativas Mensais do Emprego e Desemprego

A taxa de emprego - que mede o peso dos empregados com essa idade no conjunto da população desse escalão etário - é visivelmente distinta caso se trate de jovens ou não jovens. Enquanto 2 em cada 3 não jovens têm emprego, entre os jovens,  2 em cada 3 não têm emprego. Apesar da melhoria verificada desde meados de 2013, interrompida com a recessão pandémica de 2020 (em que os jovens foram particularmente lesados), os valores registados em 2024 ainda estão aquém da realidade de 1998, quando os jovens tinham taxas de emprego de quase 50%. 

Por isso se compreende a ênfase com os jovens no discurso do recém empossado PM. Mas veremos como pretende este Governo resolver a situação.

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